terça-feira, 15 de novembro de 2011

O amor virou literalmente uma "rapidinha".




Se você me perguntar por quê eu escrevo, vou dizer que é a minha melhor forma de expressão. Escrevendo eu talvez diga coisas que normalmente eu não diria. Talvez assim eu expresse grandes verdades sobre mim e consiga colocar em ordem meus pensamentos e esclarecer meus sentimentos. Escrevo também porque gosto de criar. Gosto de entreter pessoas, confesso.
Por que estou escrevendo esse texto? Simplesmente tive vontade. Feriado chuvoso. Nada muito empolgante a se fazer. Não namoro. Não estudo mais, por enquanto. Então, dos filmes que me restaram, dos programas televisivos, nenhum amigo hoje pra sair comigo, músicas e livros que tenho por aqui, depois de esgotar todas as minhas fontes de entretenimento, tirando as guloseimas que acompanharam este dia, resolvi escrever.
Sei que algumas pessoas até esperam que eu inicie uma nova saga, uma nova novela, mas vou esperar um tempo pra falar sobre Lana e Cadu. Sim, personagens de um novo conto que você não pode perder. #propaganda.mode.on.
Enfim, hoje enquanto minha mãe arrumava a casa, daquela maneira bem peculiar que só ela tem de bagunçar tudo pra começar arrumar de novo, jogando todos aqueles papéis no chão, encontramos algumas fotos e cartões postais antigos. Ela achou o meu registro de maternidade e do meu irmão também. Nossos pézinhos carimbados naquele papel amarelado. Achou também um cartão de natal de 1984, que meu falecido avô deu a minha vó. Pela grafia dava pra perceber que ele teve dificuldades para escrever, por conta do derrame que sequelou suas habilidades motoras. Aquilo me emocionou. Ele morreu quando eu tinha 5 anos de idade, prestes a fazer 6. Não tenho tantas lembranças como eu gostaria, mas encontrar aquele cartão me fez perceber que mesmo não tendo grandes memórias, eu realmente gostaria de revê-lo.
Depois de tantos anos de casamento, depois de 12 filhos (sim, você realmente leu 12 filhos), inúmeras dificuldades, ele ainda teve a sensibilidade de escrever um cartão postal, mesmo que dentro de suas limitações, desejando felicidades e bençãos a sua mulher.
Penso que aos 23 anos de idade, quase 17 anos sem meu avô, não obtive êxito em nenhum relacionamento. Tudo bem, ainda sou jovem, mas tenho uma pequena coleção de frustrações e corações partidos.
Hoje eu olho pra um mundo sem perspectivas, conformado com a breviedade das relações conjugais, criando até mesmo legislação para regulamentar casamentos com data de validade. E acredite, logo menos, estaremos rindo para não chorar com isso. O amor hoje é como fast food, gostoso e rápido, quando acaba é só jogar as embalagens fora, colocar a bandeja em cima do lixo pra ser recolhida, afinal uma nova pessoa precisa ser servida. Só que a maioria se esquece que isso pode e acarreta sérios problemas de saúde como gastrite, intoxicação alimentar, aumento do colesterol e uma porção de malefícios. Até que você precise de um especialista que te coloque em uma dieta e proíba de fazer estas refeições rápidas. Então, logo que você se recuperar vai voltar a cometer o mesmo erro bobo.
O comprometimento só é válido até onde é conveniente nos dias de hoje. Qualquer adversidade pífia é motivo pra uma desunião, pra um desamor. Efêmero amor, este ao qual estamos habituados. Por que não dividi-lo em uma série de desventuras? Seria isso de fato amor?
Quanto mais inconsistentes são nossas relações, mais egocentristas, descomprometidos e indiferentes somos uns para com os outros.
Eu ainda acredito na importância dos valores familiares, que um casamento pode sim e deve durar até a morte, de fato. Talvez muita gente não concorde comigo dada as atuais estatísticas e até mesmo por suas experiências, mas se o amor de alguém surgir genuinamente por você, ele dura, ele vale a pena.
Eu aprendi amar detalhes, características, personalidades, atributos abstratos, não aquilo que é físico e palpável. O belo que um dia vai acabar.
Penso que seja esse o segredo. Se conseguirmos amar o que não podemos ver, mas simplesmente sentir e saber que está ali, o físico é só um complemento. Mas se continuarmos nos apegando a imagens e tudo que é físico, viveremos em um maremoto de frustrações sequenciais.
Digo isso, pois quando você descobre que ama uma pessoa só por ela ser quem é, sua ótica muda e mesmo que essa pessoa não escolha se relacionar amorosamente com você, tudo o que vai desejar é que ela seja plenamente feliz, mesmo que soe clichê.
Que Deus me ajude a amar como meus avôs se amaram.

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