quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Um grito abafado...

Ah, preciso da ajuda dessas palavrinhas... Sabe quando a voz já não é suficiente? Quando o grito jamais alcançaria os decibéis desejados, mas não faria sentido algum também que alguém me ouvisse?

Eu olho para o céu, mas é escuro na cidade. Se ainda pudesse ver alguma estrela como no céu do interior, seria mais reconfortante.

Talvez você estivesse ai, parado, olhando para as mesmas estrelas que eu e tentando decifrar tudo, tentando entender nosso caos, nosso desalento, nosso descompasso, nosso baralho...

Então, as palavrinhas... talvez por aqui seja mais sútil e menos indelicado usá-las, afinal são tão inocentes e pequenas escritas, que ninguém, de fato, pode percebe o estrago que a ordem em que eu as dispuser causará no rumo das coisas.

Confesso, gostaria de está-las usando com outra finalidade esta noite, mas um tal diálogo, inofensivo, a princípio, talvez tenha me feito perder o rarefeito bom humor, que insiste em não se portar constante em meus dias.

Por que eu fico assim tão vulnerável? Por que eu não posso suportar mais um pouquinho e além disso? Por que desabo?

Por que eu me calo até enquanto tento escrever? Nem sei o que dizer, ou o que querer desabafar...

O que há com o coração?

Impaciente, intolerante... Amar pelo que é, ou querer moldar de acordo com a cartilha surrada, da cabeceira de cama, passada por gerações, revisada, atualizada, ou obsoleta e  imutável até, em alguns casos?

O que há com a aceitação? Com o nosso respeito?

Todo motivo ser um estopim... Toda palavra/ação mal interpretada tornar-se uma batalha... O travesseiro uma trincheira de fronha cada vez mais salgada e encardida... sendo trocada com mais frequência assim, claro...

É hastear a bandeira branca para ser rasgada a bala... Usar um cotoco de lápis, onde já é difícil ajeitar os dedos para tornar qualquer rabisco legível...

Estou a erguer novamente minha bandeira, sem remendo... Uma nova... Não quero trégua, quero algo melhor... Proponho união. Prometi que muito dos meus desgostos e doídos dizeres ficaram para trás... Assim será... Mas uma corda tensa constantemente, se desgasta e arrebenta, mesmo com a finalidade mais nobre... Não é o que eu quero. Jamais desejo algo assim...

Estou aqui, matutando devagar, tentando decifrar... Estou aqui com meus fones de ouvido, na esperança, de que você posso escutar, mesmo que no pensar, a mesma canção que eu.

Ainda sonho com o dia em que a gente vai se sentar na varanda, com as vistas cansadas do tempo, de tanto e tudo que já se viu e talvez se possa ver, mas ainda sentir-se feliz em ter os olhos para superar o desgaste ocular e enxegar o rosto um do outro e pensar que a melhor coisa foi ter vivido esse amor...

Eu espero, ainda crendo... Deposito minha esperança de que tudo faz parte de um tal plano pra gente ser feliz e ponto final.

Eu quero te amar, sempre...

E sim, se não ficou claro, eu amo... e como o amo.