quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Dona Sonia e seus alguns anos...


Lembro de você contando que, quando descobriu que estava grávida, não estava pronta a ter um outro filho assim tão depressa. Afinal, meu irmão tinha meses quando você descobriu a gravidez. Então, pediu a Deus que se esse fosse o último filho que Deus estava lhe dando, que nascesse uma menina.
Eu nasci, então.
Lembro das minhas birras por não querer colocar os vestidinhos que você comprava. Lembro do tempo que ficávamos na sua cama, brincando de cócegas e de dar selinhos. Lembro de quando você e o pai estudavam e de nos buscarem na casa da vó já adormecidos pra voltarmos pra casa.
Lembro do dia em que me perdi na praia e de, mesmo muito criança, naquele dia descobrir que eu jamais iria querer me separar de você. Lembro de como nos unimos quando o pai esteve na UTI.
Lembro de todas as minhas peraltices, das broncas que levei, de dificilmente conseguir sua liberação pra sair e de como tudo o que você fez por mim, mesmo que eu não tenha concordado a principio,  fizeram com que me tornasse quem eu sou hoje.

Mãe, sei que o amor de Deus pela minha vida se manifesta também através do seu cuidado por mim. De todo sacrifício, de todo o apoio, de cada marmita, de cada mala pronta, de cada roupa lavada e passada, de cada tênis limpo, de cada abraço, de cada ida ao médico, de cada momento de apoio, do primeiro dia na escola, da primeira cólica, da primeira entrevista de emprego, do primeiro dia na faculdade, dos alertas quanto aos caras não muito legais para se namorar, da colação de grau, da primeira viagem de avião, de viver mais por mim e pelo meu irmão do que por você. Espero um dia conseguir te retribuir tudo que você me fez de graça, só por me amar. Obrigada por me mostrar o caminho em que eu sei, hoje, que sempre devo andar, de me levar a igreja mesmo quando eu não queria ir.

Mãe, eu amo você tão imensuravelmente assim como o universo não pode ser medido.

Parabéns por mais um aniversário!
Receba este texto com o mais sincero afeto de tudo de bom que existe dentro de mim a te oferecer.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Para Matheus Longo Mendes:



 _______________________________________________São Caetano do Sul, SP – 12/12/12

Hoje a gente encontra pelos corredores gente roendo as unhas, gente passando mal, gente com um pedaço de papel lendo e relendo, rabiscando, amassando. As mangas amarelando de enxugar o suor. Gente tensa por todo canto. Em contrapartida, há aqueles que carregam a expectativa no olhar, que levam consigo o afeto, o apoio incondicional e o sorriso de incentivo.

E esse é o momento em que você se depara no topo da jornada desses 1461 dias, afinal 2012 é ano bissexto. Mais uma etapa vencida. Mais um passo nesse estranho processo de “tornar-se gente grande”, gente que pensa, gente que defende e expressa com brilhantismo seus ideias, gente que faz, gente cria, gente que não esconde seus amores, sua crença, sua família.

Chegar neste momento, encarar os nossos mestres, não digo estes mestres de banca, os mestres que dão sentido a isso. Aqueles que estão ao seu lado em toda e qualquer situação, aqueles que esperavam por isso tanto quanto você. Aqueles que te assistem não pra te dizer se é isso, ou não, se é 0, 7 ou 10, ou qualquer outro algarismo que seja. Falo dos mestres que estão atentos a te olhar pra dar aquela acenada afirmativa com a cabeça, sorrir e dizer que você conseguiu.

Madrugadas, finais de semana sacrificados, desentendimentos, dores de cabeça, crises criativas, guloseimas e mais guloseimas pra acompanhar a lida.

Mah, não deu pra estar contigo hoje, infelizmente, prestigiando este momento tão importante desse seu ciclo acadêmico. Sei o quão dedicado você é. Sei o quanto você gosta de se doar e de não se satisfazer enquanto não fizer o melhor que pode. Sei o quanto você lutou por este momento, o quanto isso é importante para você. O mínimo (como eu gosto de dizer) era escrever estas singelas linhas, para que saiba que independente do que sua banca diga, pra mim você é e sempre foi 10 e além disso. Quem dera todos pudessem olhar para o mundo com seus olhos cheios de possibilidade, soluções e esperança, amarem com a mesma intensidade e facilidade com a qual você faz. Eu sei que você deve ter sido brilhante, afinal, você é. Independente da opinião de qualquer banca. Parabéns a você e a agência Mercúrio, pelo excelente trabalho, pelo cuidado e pelo esforço individual e coletivo empregados para a concretização deste PGE.

Por fim, Matheus, você (pra mim) é o melhor. Quantos sonhos, quantos projetos, quanto suor, quantas vezes abrir mão do lazer, da diversão, do ócio, da companhia da família e dos amigos se fez necessário para chegar até aqui. Quantos contratempos, quanta adversidade, quantos obstáculos, mas nada disso te desmotivou. Entre risos e prantos aqui estamos, sem desanimar, prontos a conquistar sempre.

Parabéns, meu amor. Você merece tudo de melhor que possa haver. Você, pra mim, sempre vai ser meu incrível Matheus, presente de Deus.

Te amo, “decor”!

(Ps.: Decor é uma expressão vinda do latim que quer dizer “saber de coração”.)

De Tau Farias

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ilustrando...

Havia uma menina, dessas meninas tão comuns entre todas as bilhões de meninas que existem neste planeta (Terra, para aqueles que não se situarem). Essa menina não tinha (ou tem) nada demais. Não era feia, mas também não era linda. Não era ignorante, mas também não era brilhante. Era uma menina dessas, uma menina, enfim... comum.
Não havia nada que fizesse essa menina se destacar. Ela tinha sua vida razoável. Pacata. Não era mais feliz ou infeliz. Era feliz.

Há um bocado de distância dali havia um menino. Menino que gosta de jogar bola, desses bem travessos, que tagarelam com todos e chamam a atenção. Pense num menino de bom coração, assim era o menino.
Não, não era tão comum. Ele tinha lá suas qualidade que lhe remetiam um certo destaque.

Pois bem, o menino um dia encontrou essa menina comum, como tantas outras. E então chegamos a parte interessante da história, algo naquela menina comum, especificamente aquela, lhe chamou a atenção. O menino então mostrou a menina que ela não era, assim, comum. Não que ela tenha deixado de ser comum, mas ai é que tá... Pra ele a menina era a única. Assim, eles se cativaram e ele se tornou único para ela. Já não importava ser comum aos olhos de todo resto, pois havia alguém único para eles.

A única coisa chata é a hora de partir. Lembra do bocado de distância? Pois, então... A viagem era um tanto longa. A menina tinha essa idealização, talvez boba para alguns, de um dia não precisar se despedir do menino, mas poder embarcar em um ônibus com ele. Que coisa boba, mas era algo dela. A menina entrava no ônibus, depois da despedida "tristinha" contraditoriamente feliz deles, sentava em sua poltrona e idealizava o menino ali com ela. A questão principal não é a viagem, ou o ônibus, mas é o tempo a se passar ao lado do seu único menino, entre bilhões, para ela não havia e nem haveria um menino como aquele, pois como eu disse ele era único. Ela idealizava estar ao lado dele quando fosse ele a partir também. Encarar aquela estrada juntos, de mãos dadas. Aquela estrada que carrega tanto sonho, tanta expectativa, tanta vontade, tanto carinho, tanta luta, enfim, tanto amor. Aquela estrada que se tornou um detalhe, mas é a estrada que faz a intermediação do encontro dos dois corações. Pra alguns pode não ter significado nenhum, mas feliz vai ser o dia em que todas as estradas o menino e a menina poderão trafegar de mãos dadas.

Não sei se você entende, mas talvez nem precise, porque o menino e a menina são únicos e exclusivos um do outro e a história é deles, ou seja, é uma história única e faz total sentido pra eles.