domingo, 22 de janeiro de 2012

O tempo, a vida e todas as horas do dia, pra quê?



O tempo anda perdido na contagem de alguns perdidos. Perderam-se tentando encontrar caminho, jeito, solução. Pensaram que podiam amar, se esqueceram de como se doar.
Andam com as mãos estendidas, frustrados por não conterem o vento na palma.
Odiosos, odiados, odiando o incontrolável passar de horas. Apressados, apressando e a pressa que deixa o tempo não se prolongar.
Faz-se de conta que sorri. Faz-se de conta o importar-se. É tudo insólito. Mera ilusão.
Acaso. Ao léu da sorte e da acomodação.
Esperam que o vento traga. Sim, ele trás. As folhas secas do outono e inverno.
O tempo vai passar e ele não é favorável a quem não souber contar as horas.
O tempo vai passar e deixar suas marcas gritantes em nossos corpos, em volta dos olhos.
O tempo vai passar e vai levar aquele amor que não se soube cuidar.
O tempo vai passar e fazer da ilusão uma descarada e amarga lembrança.
O tempo vai passar e as palavras ditas, escritas e vociferadas jamais poderão ser revertidas.
O tempo vai passar e se deixou mágoa a alguém, não espere que ele lhe traga um desfecho feliz.
O tempo vai passar e dormir pode ser desperdício, quando o demasiado sono caprichoso, que não se dá por esgotamento, fizer as vistas sucumbirem a sua sedução e trouxer a utopia que a mente dissemina, em um universo fantasioso inconsciente, que faz a noite menos sombria.
Ele vai trazer a manhã, vai trazer o despertar e a realidade continua lá. O que você vai fazer? Vai continuar esperar o tempo passar e desvendar, fazer e criar aquilo que é de tua alçada, que tem corpo, mente, alma, coração? Será?
E olhar pra trás, pro tempo que não vai voltar, e não se ver edificado nada pelo que se valha a pena lutar ou contar a quem ainda virá.

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