quarta-feira, 20 de abril de 2011

Em breve, ou não, talvez, adeus.






Nunca pensei muito nisso. Confesso esquecer, as vezes, que somos mortais. Não entenda como se eu não soubesse o que somos, mas vivo sob uma perspectiva utópica de imortalidade.

Apesar de sabermos, não temos consciência plena do quão frágeis somos.

Pensar que um dia você não estará mais aqui pra me ouvir, dói. Saber que um dia eu não poderei mais te escutar é pior ainda.

Desculpe pela minha insensibilidade, pela minha imaturidade, pela minha falta de paciência, por não saber te apreciar.
Não sei se me dei conta de tais coisas tarde demais, mas aquela tarde em que estivemos juntas e eu te ouvia falar de mim, das nossas vidas, da sua vida, de coisas que eu não sabia, dos meus antecedentes, do seu Zé Vieira, daquilo que me dá saudades, eu tinha vontade de chorar.

A verdade é que já sinto sua falta. Eu sei que parece bobagem, mas não consigo deixar de pensar em você. Sei que talvez ainda tenhamos anos para desfrutar de épicos momentos, mas por outro lado, talvez não.

Te vejo tão frágil, vulnerável, cansada. Sabe se lá de onde você ainda tira forças pra sorrir, dançar, brincar, cantar e caminhar.

Lembro que enquanto você contava suas histórias, eu forçava minhas pálpebras pesadas a não interromperem minha visão e calava meu cérebro com seus devaneios de sonhador para não me seduzir. Tentava romper o cansaço para que o meu corpo entendesse o quão importante era aquele momento que tínhamos, pois sabe-se lá quando teremos mais tardes assim.

Te ter por tantos anos ao lado, derrepente pensar que não nos resta tanto tempo.

Enquanto eu viver, cativa está a você a minha mais sincera admiração. Perceberei sua ausência na quietude do silêncio, no soar de uma gaita, na vociferação excêntrica dos estádios, nas rimas de um repentista, na alegria contagiante de uma criança, no verde que preenche a camisa do nosso time de coração, nas história que eu irei reproduzir aqueles que estão por vir, nas lágrimas que derramarei por conta da saudade, nos momentos em que terei de me adptar ao 'viver sem você'.

Não consigo parar de pensar em como eu descobri que simplesmente amo você, e que talvez um dia eu acorde e já não te tenha ao redor.

Na esperança de te ver outra vez, preservo meu melhor sorriso e abraço a você.

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